As editoras de livros no Brasil e os desafios do mercado
Entenda como funcionam as editoras no Brasil, como é o processo de publicação de um livro e os desafios que o setor enfrenta!
Não é segredo para ninguém que, infelizmente, o Brasil não é um país que valoriza muito as artes em geral, incluindo a literatura. Isso fez com que muitas editoras brasileiras enfrentassem um leão por dia para se manterem no mercado durante os últimos anos.
Entretanto, com a chegada da pandemia de coronavírus, o setor livreiro acabou nadando contra a maré e, diferente de outros segmentos que acabaram afetados devido ao cenário pandêmico, registrou um aumento nas vendas.
De acordo com o levantamento do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram vendidos mais de 28 milhões de livros no primeiro semestre de 2021, o que corresponde a um crescimento de 48,5% no setor.
Ainda assim, o consumo de livros no Brasil está longe de atingir patamares de países como Índia, Tailândia e China, considerados os países que mais gastam horas semanais com leitura.
O Brasil também fica atrás do Reino Unido, Itália, França e diversos outros países quando se trata de títulos publicados em 2020, de acordo com o The Global Publishing Industry in 2020, publicado pela Wipo (Organização Mundial da Propriedade Intelectual).
Apesar disso, o mercado de editoras de livros no Brasil pode estar começando a trilhar um novo capítulo, devido a tímida melhora no setor, que traz uma onda de confiança e esperança para o futuro do segmento.
Continue a leitura deste conteúdo e saiba como funciona o mercado de editoras no Brasil, os desafios do mercado editorial e quais são as expectativas para o futuro do setor.
A situação do mercado de livros
Entre os anos de 2006 e 2017, o mercado de editoras no Brasil acabou tendo um encolhimento de cerca de 20%, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Porém, parece que essa fase ficou para trás. O mercado livreiro tem demonstrado um crescimento desde setembro de 2020, devido a ações promocionais e uma presença mais intensa na internet, estreitando o relacionamento com os leitores nas redes sociais. Em 2021, de acordo com a pesquisa da Nielsen BookScan, o mercado de editoras no Brasil registrou um aumento de 29,3% em comparação com 2020. Ao todo, foram comercializados 55 milhões de livros em 2021, registrando R$2,28 bilhões em faturamento.
O hábito da leitura foi fortalecido durante a pandemia
A pandemia fez com que as pessoas tivessem que se reinventar e se adequar a uma nova rotina de vida.
O distanciamento social imposto pela Covid-19 fez com que um hábito voltasse à rotina dos brasileiros: a leitura. Entre os gêneros que mais se destacaram em 2021 estão os livros religiosos, de autoajuda e de ficção.
Para o Sindicato Nacional de Editoras de Livros (SNEL), isso também se deve à movimentação do varejo, que, com a pandemia, tornou-se mais ativo e entendeu a necessidade de procurar pelos leitores e conhecer seus consumidores.
Mais leitura, mais livrarias!
A pandemia não foi capaz de desanimar os entusiastas de livros e pequenos empreendedores. Prova disso são as diversas livrarias abertas no período de 2020 e 2021, que agora deixam o conceito de megastore para trás e focam em espaços menores, mais aconchegantes e com uma seleção de títulos mais apurada.
De acordo com o Sindicato Nacional de Editoras de Livros (SNEL), cerca de 60 livrarias foram abertas no Brasil no primeiro semestre de 2021.
O funcionamento das editoras no Brasil
Muita gente tem dúvidas sobre como acontece a publicação de um livro por meio de uma editora. Há grandes diferenças, por exemplo, no processo de publicação de uma editora grande para uma pequena. Entenda melhor a seguir.
Editoras de livros de grande porte
Em geral, o que acontece é o seguinte: terminado o processo de escrita, o autor deve arcar com os custos da impressão do livro e enviá-lo pelo correio para uma editora que já tenha aceitado analisar esse original.
Em posse desse material, a editora estabelecerá um prazo para a análise (as menores, geralmente, respondem em menos tempo; já as maiores, por terem mais demanda, demoram mais).
Caso o livro tenha sido aceito, essa editora bancará todos os custos de diagramação, revisão e tiragens e estabelecerá um contrato com o autor, em que, geralmente, é concedido a ele 10% em royalties, ficando o restante dos lucros com a editora.
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Editoras de livros de pequeno porte
Algumas editoras de livros pequenas aceitam que o autor pague uma determinada quantia para que tenha seu livro publicado (o que já inclui os gastos com revisão, impressão, diagramação etc.), e o autor tem direito a 30% dos royalties do livro.
Os benefícios de publicar um livro por meio dessas editoras são inúmeros, como a possibilidade de ter maior liberdade criativa, melhor atenção e cuidado com o livro — desde a preparação até a diagramação — , bem como a disponibilização de pacotes de serviços com preços mais acessíveis, É muito comum editoras pequenas usarem a impressão de baixas tiragens para promover o lançamento dos seus autores independentes.
Como visto, os caminhos do arco-íris das editoras de livros no Brasil ainda são tortuosos, mas, com um pouco de boa vontade (e atenção às tendências do mercado), é possível encontrar o pote de ouro ao final deles.
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